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Escrever manualmente demonstra benefícios para o cérebro, contrariando a crescente prevalência de telas e teclados. Estudos revelam que o ato de caligrafia está associado a um notável aumento nas conexões cerebrais, em oposição ao processo de digitação.
Os resultados, divulgados na revista Frontiers in Psychology, indicam que a escrita manual contribui para um maior aprendizado, aprimorando também a precisão ortográfica e a memória.
Os pesquisadores sugerem que esse fenômeno ocorre devido à formação cuidadosa das letras, que proporciona um estímulo mais significativo ao cérebro em comparação ao simples ato de pressionar teclas repetidamente com o mesmo dedo.
As descobertas ressaltam que a escrita com uma caneta ativa áreas mais cerebrais devido aos movimentos manuais. Além disso, a ausência de correção automática, comumente presente em dispositivos eletrônicos, é considerada um fator benéfico.
Os especialistas afirmam que, independentemente de ser no papel ou em uma tela sensível ao toque com caneta digital, como demonstrado no experimento, o foco está nos movimentos precisos das mãos e na ativação sensorial.
A dificuldade de aprendizado associada ao uso de telas pode ser uma explicação para as crianças que aprendem a escrever em tablets enfrentarem desafios com letras espelhadas, como ‘b’ e ‘d’. Isso é atribuído à falta de sensação tátil ao produzir essas letras.
A equipe de pesquisa expressa preocupação com a diminuição do uso de canetas e papel nas salas de aula, destacando evidências de que anotações manuscritas promovem um melhor aprendizado e retenção.
O estudo envolveu 36 estudantes universitários que alternaram entre escrever e digitar palavras em uma tela, utilizando uma caneta digital diretamente na superfície sensível ao toque. A atividade cerebral foi monitorada por 256 sensores enquanto realizavam a tarefa.