Foto: Catve
Na propriedade rural localizada na comunidade Cachoeira Alta, em São João, distrito de Cascavel, o caminhão é uma ferramenta indispensável nas mãos de Hális Yane. Essa cena, embora não seja comum, é uma realidade cotidiana para muitas mulheres na região, distante do glamour. Além de auxiliar na administração da propriedade, para Hális Yane, lidar com o caminhão não é algo para se fazer de corpo mole; ela planta, colhe e enfrenta o trabalho pesado sem hesitação.
Hális Yane está há 10 anos dirigindo máquinas agrícolas, impulsionada pela necessidade de contribuir com os trabalhos na lavoura. Quando se trata de levar a colheita para a cooperativa, não há tempo ruim, embora seja uma raridade ver uma mulher dirigindo um caminhão por lá.
Como muitas mulheres, Hális Yane divide seu tempo entre as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos e as responsabilidades no campo. Ela representa uma parcela significativa das mulheres que hoje trabalham na área rural, contribuindo para uma representatividade crescente.
Segundo dados do último censo agropecuário de 2017, no Brasil, cerca de 947 mil mulheres são responsáveis pela gestão nas propriedades. No contexto específico de Cascavel, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná relata que na década de 90 apenas duas mulheres estavam envolvidas no setor, mas atualmente, em um quadro de 30 pessoas, sete cargos são ocupados por mulheres. Esse aumento demonstra um papel crescente e relevante das mulheres na liderança rural, à medida que elas reivindicam seu espaço ao longo do tempo.
O avanço da tecnologia desempenha um papel crucial no aumento da participação feminina no agronegócio.